Saiba como relatar eventos adversos
A notificação voluntária ajuda na segurança dos produtos farmacêuticos
Para fazermos o uso consciente dos medicamentos, precisamos nos atentar a três pontos principais: se o medicamento é o certo, se está na dose correta e a hora certa de cada dose. Também precisamos ficar atentos ao surgimento de eventos adversos durante o tratamento. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), evento adverso (EA) é “qualquer efeito inesperado ou indesejável que ocorra com um paciente que tenha recebido um produto farmacêutico e que não necessariamente tenha relação casual estabelecida com este tratamento”. Mas, você sabia que é importante relatarmos quando um destes efeitos acontece conosco?(1,2)
Para entendermos a importância da notificação, precisamos, primeiro, entender o que ocorre no processo de desenvolvimento de um novo fármaco e as causas das possíveis diferenças que podem surgir entre as reações adversas apontadas nesta fase inicial das reações que são percebidas na população.
Por que notificar?
Ao longo dos ensaios clínicos realizados na fase de desenvolvimento de um novo fármaco, seja ele medicamento ou vacina, são coletadas informações referentes às possíveis reações adversas, mas tais reações podem ser incompletas ou diferentes daquelas coletadas quando estes produtos começam a ser utilizados em massa pela população. Isso se dá pelas próprias características dos ensaios clínicos, uma vez que os testes realizados em animais são insuficientes para prever a segurança em humanos, o pequeno número de pacientes expostos ao fármaco durante essas fases e pelas informações sobre reações adversas graves, toxicidade crônica em grupos especiais (crianças, idosos ou gestantes) ou interações medicamentosas que são, frequentemente, incompletas ou não estão disponíveis nesta primeira etapa.(2)
E são justamente estas características dos ensaios clínicos que determinam o papel fundamental da vigilância e monitoramento constantes dos produtos farmacêuticos após a sua comercialização. Por isso, notificações voluntárias de eventos adversos, tanto de pacientes como de profissionais de saúde, contribuem para a avaliação permanente da relação benefício/risco do produto, para a melhoria terapêutica racional e, principalmente, elas são capazes de nortear futuras alterações necessárias no produto e, em alguns casos, até mesmo a sua retirada do mercado.
Notifique sempre!
A identificação de qualquer evento adverso é uma informação extremamente valiosa, que ajuda a assegurar a qualidade e segurança dos medicamentos e vacinas comercializados. Ou seja, são essas notificações que irão contribuir para o aperfeiçoamento do conhecimento sobre os efeitos destes produtos, permitindo, quando necessário, a adoção de medidas como alterar as recomendações sobre seu uso e cuidados.(1,2)
Por isso, precisamos estar cientes que somos todos responsáveis pela segurança dos pacientes. É extremamente importante a participação de todos na comunicação de eventos adversos. Caso esteja utilizando algum medicamento ou tenha tomado alguma vacina, fique atento e entre em contato com a empresa responsável ou com o seu médico ou farmacêutico para reportar qualquer evento adverso que apareça.
Lembre-se que quando você notifica, você ajuda a gerar dados que podem evitar que outros pacientes venham a sofrer com eventos semelhantes. E seu papel é fundamental neste processo!
Como notificar (3,4)
Anvisa - O VigiMed é o sistema disponibilizado pela Anvisa para cidadãos, profissionais de saúde, detentores de registro de medicamentos e patrocinadores de estudos relatarem as suspeita de eventos adversos aos medicamentos e às vacinas.
Momenta – A segurança de nossos consumidores e de nossos produtos vem sempre em primeiro lugar. Por isso, termos a ciência de que qualquer evento adverso durante o uso de um de nossos produtos é extremamente importante. Para relatar uma reação adversa, entre em contato conosco pela Central de Relacionamento Momenta – 0800 703 1550 – ou envie seu relato pelo nosso site.
Referências: 1. Eventos adversos notificados ao Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária (NOTIVISA): Brasil, estudo descritivo no período de 2006 a 2011 - Jamile Rocha de Oliveira; Rosa Malena Fagundes Xavier; Aníbal de Freitas Santos Júnior - Departamento de Ciências da Vida, Universidade do Estado da Bahia, Salvador-BA, Brasil – Último acesso em 28/08/2022 / 2. Segurança dos Medicamentos – Um guia para detectar e notificar reações adversas a medicamentos – Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial da Saúde – Centro de Vigilância Sanitária - Último acesso em 21/11/2022 / 3. O que é farmacovigilância – Eurofarma – Último acesso em 20/08/2022 / 4. VigiMed – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – Último acesso em 28/08/2022