As vias de administração são as formas possíveis de como os medicamentos podem entrar em contato com o nosso organismo, para que, assim, possam exercer o efeito esperado. Elas podem ser divididas em dois grupos principais: enterais e parenterais. As enterais são aquelas que passam pelo nosso intestino, compreendendo as vias oral, sublingual e retal. Já as parenterais são as que não passam pelo nosso sistema digestivo e compreendem as vias endovenosa, intramuscular, subcutânea, tópica, entre outras. (1)

Conheça a seguir os prós e contras das principais vias de administração dos medicamentos.

Oral – É a via de administração mais utilizada, segura e prática, além de bastante confortável, sendo indolor. Nesta via, os medicamentos podem ter apresentação em comprimidos, cápsulas, pós ou líquidos.

As desvantagens da via oral é que alguns medicamentos podem irritar a mucosa gástrica e provocar vômito. Ela também não é indicada para pacientes que apresentam náuseas, vômitos ou que tenham dificuldade de engolir, pois podem engasgar ou o medicamento pode não ser absorvido. (1,2)

Sublingual – Nesta forma de administração, o medicamento (comprimido ou gotas) é colocado debaixo da língua para ser absorvido diretamente pelos vasos sanguíneos ali situados. Os medicamentos administrados por essa via promovem efeito sistêmico em curto espaço de tempo. Essa via é utilizada para administração de medicações em algumas urgências, como ataque cardíaco e para alívio de angina (dor no peito). 

Uma desvantagem da via sublingual é que, devido a uma limitação de quantidade de ativo para esta forma farmacêutica, a maioria dos medicamentos não pode ser administrada desta maneira. Por ser extremamente rápida, a administração sublingual de um comprimido que não é destinado para este fim pode provocar efeitos indesejados. (1,2)

Tópica – Esta via é utilizada quando se deseja uma ação local, que pode ser na pele ou em mucosa (oral, vaginal, ocular, otológica). Os medicamentos são apresentados em forma de pomadas, géis, cremes ou gotas e devem ser administrados somente no local onde há a lesão.

A desvantagem é que poucas substâncias penetram através da pele íntegra. Entretanto, algumas sofrem rápida absorção, podendo provocar efeitos sistêmicos e tóxicos. (1,2)

Retal - Na maioria dos casos é utilizada quando a ingestão da medicação não é possível. 

Estes medicamentos podem causar desconforto leve ou transitório e provocar alguma irritação da mucosa retal. (1,2)

Intravenosa – Quando a administração do medicamento é feita diretamente na veia do paciente. É extremamente útil em situações de emergência, pois seu efeito é imediato. 

Sua desvantagem é que, comparativamente, oferece mais risco que a administração via oral, uma vez que necessita de condições adequadas para administração (assepsia e profissional treinado para a administração), e pode, eventualmente, provocar dor e hematomas no local da aplicação. (1,2)

Intramuscular – Aqui a medicação é depositada no tecido muscular. A velocidade de absorção vai depender do tipo de substância que será injetada: em soluções aquosas será rápida e em soluções oleosas será lenta. 

Sua aplicação, na maioria dos casos, é dolorosa e não suporta grandes volumes. (1,2)

Subcutânea - Os medicamentos são administrados debaixo da pele, no tecido subcutâneo.  Permite uma absorção constante e lenta. É bastante utilizada para administração de hormônios na forma de implante. 

Vale ressaltar que a via subcutânea só pode ser utilizada para administrar substâncias que não são irritantes para os tecidos e não suporta grandes volumes. (1,2)

Transdérmica - Quando a absorção do medicamento se dá pela pele e sua entrada na corrente sanguínea ocorre sem uso de injeções. Disponibilizados por meio de um adesivo sobre a pele, esses medicamentos são administrados lentamente e de forma constante, durante horas, dias ou por um período ainda maior. 

Um ponto negativo nessa via é que os adesivos podem causar irritações. Além disso, são limitados pela rapidez com que o medicamento pode atravessar a pele. Apenas medicamentos em doses diárias relativamente baixas podem ser administrados por meio de adesivos. (1,2)

Referências: 1. Uso racional de medicamentos – Aula 3 – Fundação CECIERJ – Centro de Ciências e /Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro – Último acesso em 27/09/2022 / 2. Uso consciente de medicamentos – Eurofarma – Último acesso em 27/09/2022